segunda-feira, 4 de abril de 2011

Curiosidades

Um dos mais famosos sonetos de Artur Azevedo (Por Decor)

 
Quando me esperas, palpitando amores,
E os lábios grossos e úmidos me estendes,
E do teu corpo cálido desprendes
Desconhecido olor de estranhas flores;

Quando, toda suspiros e fervores,
Nesta prisão de músculos te prendes,
E aos meus beijos de sátiro te rendes,
Furtando às rosas as purpúreas cores;

Os olhos teus, inexpressivamente,
Entrefechados, lânguidos, tranqüilos,
Olham, meu doce amor, de tal maneira,

Que, se olhassem assim, publicamente,
Deveria, perdoa-me, cobri-los
Uma discreta folha de parreira.

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